Quando vou estar preparada para começar a dar aulas?
- yamyogabr
- 17 de jun. de 2021
- 3 min de leitura

Fiquei meses me perguntando isso. E agora, anos depois, me arrisco a dizer que essa resposta nunca chegou, pelo menos não naquele momento. Acho que só nos sentimos realmente confiantes do que estamos fazendo depois de algumas experiências, depois de começar efetivamente. Para dizer em outras palavras: depois de dar a cara a tapa.
Adiei o quanto pude, acho que até inconscientemente. Fiz um monte de cursos e sempre achava que no próximo estaria pronta...
Acho que quando você é mais novo, parece que segue o fluxo da vida - ou aquele que nos disseram que era para seguir. Você sai da escola e procura alguma coisa que queira fazer. Lá com os meus 17 anos escolhi o jornalismo.
Sabe quando o Wase te sugere uma rota e você aceita? Para mim é essa a sensação. Você se forma e entra no mercado de trabalho. Naquele momento você é iniciante, estagiário talvez, mas grande parte das pessoas entendem que é alguém começando a vida, a carreira.
Nem sempre o mesmo acontece no momento em que você decide mudar o rumo já no meio do caminho. Eu tinha meus trinta e poucos anos quando decidi encarar o yoga como uma atividade profissional e levar o que havia aprendido adiante.
Foi como num jogo que eu gostava quando criança, o Jogo da Vida. Peguei meu carrinho e voltei umas boas casas no tabuleiro. Ou, mais uma vez usando o Wase, foi como se agora eu olhasse a rota sugerida no aplicativo e optasse por seguir a minha, o meu próprio caminho.
E começar de novo não é fácil. Voltei a ser estagiária, iniciante, depois de anos no mercado de trabalho. Estava recomeçando e precisava então achar uma maneira de entrar na área, de conseguir meus primeiros alunos e finalmente conduzir uma aula de yoga.
O que eu fiz? Não escolhi, aceitei todas as oportunidades que pintaram. Foram muitas primeiras vezes: aula particular, num grupo, substituindo professor, aulas gratuitas, para amigos, familiares, aula para criança e até aula com microfone. Dá para imaginar alguém que nunca se viu neste papel de professora com um microfone, falando em alto e bom som!?
Talvez com a idade também conquistei mais confiança em me jogar. Acho a Amanda de 17 anos não teria feito assim. Tremi muitas vezes. Em quantas dessas primeiras experiências eu soltei um “Respira”, que na verdade era: RESPIRA, AMANDA, RESPIRA! E para de tremer!
Acho que o importante aqui é, além de se permitir errar e aprender com os erros, estudar e criar uma base para você sustentar sua aula. Sabe aquele lance de saber na teoria, mas precisar colocar em prática? Mais ou menos isso. Só que sem conhecimento você não terá como construir seu caminho e mais do que isso, de transmitir para os outros.
Sem contar que estamos falando de pessoas. De corpos, mentes e bagagens de vida ali trazidas. É essencial entender como aquilo pode afetar os outros. Contei ainda com o suporte de familiares e amigos. Minha mãe foi minha cobaia (rs). Também me matriculei em estúdios e fiz muitas, mas muitas aulas, de todos os professores que pude. Aliás, isso é algo que faço até hoje quando consigo.
Para mim é interessante entender os diferentes jeitos de conduzir uma prática, ter ideias, observar pontos que talvez a gente não perceba e até aquilo que não é tão legal (no seu ponto de vista) incluir e passar aos alunos. Acho que nesta mistura toda fui criando a minha maneira de dar aula. A minha forma de conduzir. E não acho que é preciso engessar nada. Quem está comigo há anos sabe quanta coisa eu já modifiquei.
Voltei a ter paixão pelos estudos. Aprender nunca é demais! Um assunto puxa outro, a curiosidade desperta. Os alunos também estimulam isso. Eles chegam trazendo desafios, dores, contusões, necessidades... cada corpo precisa de um tipo de prática, de uma condução, de caminhos diferentes, talvez até para chegar ao mesmo lugar. Bom, mas aí já é assunto para outro post =)
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