Os desafios do mundo online
- yamyogabr
- 21 de jul. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de ago. de 2021

Se tem uma palavra que marcou este último ano foi adaptação. Acho que não teve praticamente ninguém que não precisou se reinventar. Buscar caminhos para trabalhar, se divertir, estudar, bater papo, manter a mente sã e o corpo ativo. Pelo bem da nossa saúde física e mental foi preciso adaptar e levar para o mundo online tudo aquilo que estávamos acostumados a fazer presencialmente. E com o yoga não foi diferente.
No começo, confesso, relutei. E não só como professora, mas também no papel de aluna. Como manter a qualidade nas práticas através de uma tela!? Não achei que seria possível.
As primeiras experiências foram estranhas. No entanto, aos poucos, a gente foi se ajeitando. Sair da zona de conforto não é fácil, não é mesmo? Se antes preferia deixar a tecnologia de lado, ela precisou estar mais presente do que nunca. Celular, computador, câmera, fone de ouvido, tripé, luz... que parafernália!
Nas aulas costumava usar música. Acabei tirando para não brigar com a minha voz. O silêncio chegou desconfortante para mim em alguns momentos, mas logo virou parte da prática.
Outra questão que me pegou: como conduzir e dizer de forma clara o que os alunos deveriam fazer? Como corrigir? Como manter as pessoas presentes? Tive receio que alguém se machucasse e redobrei alguns cuidados.
Vejo hoje que as aulas online me ajudaram a exercitar essa condução. Trabalhar outras formas de descrever posturas. Ajustes narrados e não feitos com o toque. Aprendemos que é possível, sim!
Os desafios chegaram aos montes em 2020: ter os equipamentos necessários; estar sempre conectada; trabalhar em todos os feriados para manter as aulas e os alunos; gravar vídeos, falar muito sozinha e com alunos imaginários; improvisar dando aula por telefone, sem ver ninguém; dar três, quatro aulas seguidas; fazer junto todas as práticas...
Uma hora, claro, o corpo cobrou. Bateu cansaço físico e mental. Excesso de esforço e esgotamento. Aprendi a lição, me adaptei. Mudei de novo. Organizei a agenda e fiz ajustes no que era possível. E se por um lado tivemos perdas e muitos desafios, vimos que também ganhamos com tudo isso.
Alunos puderam manter suas aulas nas férias, em viagens e espaços que antes não pensaríamos. O mundo online abriu as portas das casas, trouxe para a prática os bichinhos de estimação, os filhos e a família. Nos permitiu ter mais espaço no dia a dia para a conexão com nós mesmos.
Ganhei alunos que nunca vi presencialmente - até em outros países, que conheci e vejo virtualmente toda semana há mais de um ano. Outros intensificaram sua relação com o yoga e passaram a ter até mais autonomia. Com alguns criei uma relação mais próxima por dividir as aflições da quarentena. Achamos ali um espaço para o compartilhamento.
O fato é que se eu pude contribuir com cada um dos meus alunos, não tenho nenhuma dúvida da importância de cada um deles para que eu enfrentasse este período. Só tenho a agradecer! E muito!
E hoje acho que há até quem prefira seguir assim, online. Para minha quarentena, digo que o yoga foi de extrema importância. Guiar e praticar me mantiveram saudável física e mentalmente.
Vi surgirem novas possibilidades. O que vai ser daqui para frente? Não sei. Talvez o online tenha chegado para ficar de verdade. Percebo que há muito para ser feito. Eu, pelo menos, sigo quebrando barreiras e me desconstruindo. Mas percebi que seja como for, podemos seguir conectados, praticando juntos, seja perto, longe, presencial ou online. Percebi que tudo isso é possível, especialmente quando optamos por não resistir as mudanças.

Comentarios