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A rotina de não ter rotina

  • yamyogabr
  • 7 de jun. de 2021
  • 3 min de leitura


Me entender com a nova realidade que criei não foi nada fácil. Achava que sair do modo “universo corporativo” iria me permitir ter o dia a dia que eu tanto desejava: acordar, tomar meu café da manhã com calma, fazer minha prática de yoga, meditar, trabalhar e ainda ter espaço na agenda para resolver minhas questões pessoais e estudar. E não é bem assim que acontece.


Hoje em dia tenho um monte de privilégios. Consigo, por exemplo, estar numa segunda-feira a tarde escrevendo este texto. No entanto, a realidade de um profissional autônomo está longe de ser um mundo perfeito. Prestar serviço e atender pessoas exige um bom jogo de cintura.


Primeiro, porque é um quebra-cabeças semanal! Especialmente quando você dá aulas particulares. Isso porque a vida das pessoas é dinâmica. É um aluno que precisa trocar o dia ou horário de aula. Outro que desiste. Um que chega. Aquele que retorna. Tudo muda o tempo todo. Não há uma semana igual a outra. E eu que achava que teria controle total do meu tempo...


Somado a isso, lidar com o ser humano é um grande aprendizado. As pessoas chegam até você tristes, de mau humor, com raiva do mundo, doentes, desanimadas... tem de tudo! E como lidar com isso sem se afetar? Sem afetar aquilo que estava previsto? A aula que você havia programado vai por água abaixo muitas vezes.


Mudar os planos, sair da agenda programada, ter que improvisar são os meus grandes aprendizados até aqui. Para uma virginiana toda organizadinha, cheia de listas e agenda é um grande desafio. E hoje não posso nem culpar um chefe por isso (rs).


Aquele sonho de que poderia ter um dia a dia pleno, calmo e tranquilo ficou só no sonho mesmo. E será que eu realmente queria isso? O fato é que, como qualquer trabalho, há dias calmos e dias em que tudo parece de cabeça para baixo. E tá tudo bem. Isso é a vida.


Fora que tirar folga, matar um dia de trabalho, optar por emendar um feriado, sair de férias... tudo isso é possível, claro, mas quem precisa arcar com as consequências sou única e exclusivamente eu. Não trabalho, não ganho. Olha, confesso que muitas vezes trabalho muito mais do que na época em que estava numa empresa.


E o que eu quero falando tudo isso??? É que as pessoas entendam que não há um mundo perfeito. Cada realidade, profissão e rotina tem suas vantagens e desvantagens. Para cada aula, faço um planejamento. Programo, estudo, pesquiso. Monto um roteiro do que quero levar para meus alunos, da prática que quero dar, de como vamos trabalhar corpo e mente.


Além disso, tenho meus trabalhos como jornalista. Tem a divulgação das aulas. Tem minha vida pessoal, meus desafios, receios, planos e sonhos. Tudo isso junto e misturado. Então quando você olhar nas redes sociais aquela foto do seu professor de yoga tomando um chá no meio da tarde, praticando yoga, com ar pleno e tranquilo, não minimize e pense que a vida é sempre assim. Que para estar ali o dia dele foi zero estresse. Para estar bem ali naquela 1h, 1h30 de aula, ele já trabalhou e se preparou bastante.


E para dizer bem a verdade, atualmente a rotina de não ter rotina tem sido surpreendente interessante. É bom não saber de tudo. É bom estar fora do controle, deixar acontecer e viver dias diferentes. O que mais tenho exercitado é o viver um dia de cada vez. Já experimentou fazer isso?


 
 
 

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